terça-feira, 4 de outubro de 2011

Não existo.
Sou apenas uma ilusão. Um sistema neurológico distorcido.
Estou vivendo em azul e preto.
Descobrindo o lado putrefato de cada coisa bela.
Por todo lado há cacos de vidro.
Estou perdida na vida, perdida num lugar perdido.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Relato de uma ranzinza

Eu nem sempre fui assim.
Foi o tempo...
Depois que o perdi para o tempo.
Cada fragmento, por mais ínfimo que seja, me lembra ele.
As cores desbotaram.
Depois que tive contato com a perfeição, não posso esboçar nem um sorriso com o que restou.
Eu lembro de todos detalhes.
O cedo foi tarde.

Mas quem sabe eu acorde amanhã e me depare com você?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

É tão triste saber que você se foi.
Que não quer mais me ouvir, que não me dirige sequer uma palavra agora.

Por todos meus dias, esperarei pela noite para então te ver, por todo o sempre,
clamarei pelo seu nome, implorarei por sua presença,
mas só em sonhos responderá.

O amor que te dei outrora...
Eu ainda o tenho, nunca conseguirei me desvencilhar disso.

Você não se foi...
Por todas as noites da eternidade, estará ao meu lado.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Como eu poderia perdoar ou esquecer?"
"Uma ode à crueldade. Uma súplica por misericórdia."

segunda-feira, 18 de abril de 2011

- ...Como é que estou? - Perguntou ela.
Ele parou sua leitura, permaceu sentado a alguns metros dela. Olhou-a dos pés a cabeça, avaliando minuciosamente cada trecho da sua roupa, observando cada mílimetro descoberto da sua pele. Arquejou a sobrancelha. Subiu o olhar, parou no dela. Parecia insegura.
- Razoável.
Ele só não queria admitir que tinha se deparado a garota mais bonita que já havia visto.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Quase ofegante

Lâmina brilhante entre os dedos e uma dose de distração. Quando me dei conta, estava fincada, ali no meio do meu peito, sem mais nem menos. No ápice dos meus devaneios, havia esquecido aquele plano atual, e nisso, cravei inescrupulosamente aquela fina faca em mim mesma. O sangue escorria, tingia a camiseta, gradativamente seu rastro se alastrava e deixava minhas vestes rajadas de escarlate. O intrigante é que não me desesperei. Ao contrário... Estava pacífico. A dor não era párea para aquela... paz. Eu ouvia meus últimos suspiros e aguardava a agonia, mas não vinha. Nisso, eu acordei. Meu peito está intacto. Feliz ou infelizmente? E por quanto tempo?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ledo engano

Vestir uma armadura... Ficar diante de grades...
Não adianta.

Viver além dos muros vale a pena.

Não me importam mais os riscos, se o véu negro me vendasse, eu ficaria bem.

Talvez fosse o fim, talvez. Mas até então, teria sido um tempo bem aproveitado. Às vezes, a forma com que você ocupa seu tempo pode parecer idiota, mas se te agrada, não é em vão.